domingo, 15 de setembro de 2013

Led Zeppelin II- Um disco e seus problemas.

Estava os Zeppelin partindo para o estrelato, já eram bem conhecidos, agora com total sucesso nos Estados Unidos e  caminhando para Grã Bretanha.






Decorrente dos Shows, afinal era uma banda em pessoa, e continuavam na estrada e o disco um vendendo, subindo nas paradas, como também as festas e Groupies em volta.


Além das Groupies, o Acido e outros remedinhos que as bandas de rock consumiam naqueles anos.


Onde a banda passava rolavam acontecimentos, que foram se tornando comentários e depois fama.


Até então eles não sabiam do futuro, pois, não era a intenção fazer tanto sucesso como disse Page e Jones tempos depois.


Em 29 de Abril o Led se apresentou novamente no “Whisky A Go Go”  e lá Page tocou tanto que acabou desmaiando e saindo carregado, segundo Miss Pamela em seu livro de memorias.



Em Detroit a jornalista da revista “Life” Ellen Sander depois de ir ao encontro de Page, não para “namorar” com ele e sim para uma entrevista. Ela definiu a seu ver os rapazes:


Page, uma figura estero, efeminado, pálido e frágil;

Bonzo tocava a bateria com fúria, quase sempre sem camisa, como um gorila enfurecido;


Plant era bonito de uma forma grosseiramente obscena;


John Paul Jones era oque unia as coisas e ficava nas sombras;

Ela concluiu que a banda “tinha o fogo e habilidade musical a seu favor, e muito incentivo, dessa vez em uma segunda turnê, desde inicio eles já eram estrelas.”


Sander ficava a maior parte do tempo com Page, ela iria fazer uma boa matéria sobre a banda, mas houve um episódio que cancelou os projetos.

Durante final da Turnê em Detroit, ela vai ao seu camarim, aonde diz ter sido atacada por membros da banda, aonde esses rasgam seu vestido nas costas, e vão passando à mão nela, muita mãos, surgem então, tanto que ela não teve certeza que eram componentes da banda ou os roadies.
Ela foi salva por Peter Grant, então ficou muito “pé da vida”, sendo assim a matéria sobre a banda não saiu na revista uma perca muito grande para eles na época, mas a dona Sander anos depois se desculpou em seu livro Trips.















Page comentou o episodio mais tarde, fazendo uma reflexão daquele momento:

-“Esse lado da turnê não é tudo e nem revela tudo. A pior parte é o período de espera antes de continuar. Sempre fico muito ansioso sem saber oque fazer. Você chega a um ponto de quase uma auto-hipnose. Há um clímax no final do show, o público vai embora, mas você esta zumbindo e não desce. E quando fica intranquilo com insônia, mas não incomoda muito se o fluxo criativo esta circulando. Talvez isso seja necessário para fluxo criativo. O ruim é que não sempre uma liberação. Você se prepara para alcançar aquele pico e nem sempre ele vem.
 Você pode destruir quatros de hotel, pode chegar a isso. Acho que aprendemos a chegar a um entendimento em relação a isso. Aprendi a curti e a chegar a algo criativo também.”





“O maior acontecimento do heavy metal de 1969 é o Led Zeppelin, a turnê do grupo pelos Estados Unidos tem sido não só incrível como sensacional."





Studio MHG


Esse foi o comentário da jornalista June Harris NME dos EUA, sobre o Led Zeppelin em Maio de 1969 onde o sucesso já estava garantindo nas terras americanas e partindo para as Britânicas com o álbum no 10º lugar nas paradas dos EUA e chegando à Grã-Bretanha.

Em 25 de Maio eles se apresentaram no Santa Clara Pop Festival, juntamente com Jimi Hendrix e sua banda o Experience, imagine isso, no qual Jimi faz um comentário pra Bonzo:
-“Cara você tem o pé direito de um coelho.”

Imagine isso dois deuses, o da guitarra e o da bateria.

Mas as criticas ainda era dura dizendo que a banda tinha obsessão pela força, volume e teatralidade melodramática abandonando o sentindo musical.

Keith Richard disse que a voz de Plant estava começando a irritar, e Peter Townshend dava o seu desprezo para bandas que a se ver só tinha solos de guitarras.




Mas enfim, eles estavam causando e foram receber o seu disco de ouro pelo álbum Led Zeppelin I.

 A Atlantic organizou um festa pra eles no Plaza Hotel em Nova York e Page não podia se conter de tanta satisfação de pensar que menos de um ano após a formação do grupo, o primeiro álbum, ele ainda estava em estado de choque com o sucesso repentino, fora que eles ainda estavam viajando em turnês, pensou ele:

“- Meu Deus, um disco de ouro!”


Agora a cobrança da Atlantic se tornou mais vigorosa em relação ao disco II.

 Page ordenou que banda saísse da festa direto para o Studio.

Ele, Page já estava no Studio com o engenheiro de som Eddie Krammer, mas os outros membros da banda queriam uma única coisa, ir para casa.


Bonzo estava resmungando que estava com saudade de casa, Plant também dizia o mesmo, com saudade da esposa e J P Jones só com a cabeça baixa.

Eram Turnês, festas, discos tudo junto naquele momento e Grant para acelerar os ânimos mostrou os ganhos ate então e os que poderiam vir.

Eles tinham chegado aos 10 mais nos EUA, estavam ganhando pelas turnês, os caches naquele momento seriam em torno de 5 Mil a 15 Mil dólares por noite, mesmo pagando todas as despesas, de hotéis, agentes, advogados , contadores, despesas de viagem e roadies (seguranças), dividiriam entre eles nada mais nada menos de 150 mil Dolores.

 Mais ainda , a terceira turnê já estava marcada com sua margem de lucro em torno de meios milhões de dólares.

Sendo assim os rapazes mesmo resmungando, abaixaram a cabeça,  aceitaram.

Eles já haviam estado no estúdio A&M Studio, em Abril quando voltaram para Los Angeles, em uma pausa durante a turnê, que se tornaria um padrão em outras pausas para um descanso que na verdade não existia naquele momento.

Nessa questão de paradas, usaram outros Estúdios para as gravações do disco como Mystic Studio, Mirror Sound, A&R Studios, Juggy Sound Studio e o Maifair Studios em Nova York, além de uma cabana em Vancouver aonde Page levou Plant para fazer gravações de vocais e gaita.

O disco foi elaborado também em estúdios da Grã Bretanha  se dividia assim, entre uma pausa e outra juntos com os shows, ainda estavam tocando musicas do disco um.

Houve uma apresentação  em Paris a “Tours em Scene” e na radio BBC um ensaio de “Travelling Riverside Blues”.





Jimmy Page foi o responsável por quase tudo nesse disco, compôs, foi o arranjador, dirigiu todo o disco, pensou em tudo, pois ele queria sim, que fosse melhor que o primeiro, pois afinal, o Led não seria uma banda igual às outras que fracassaram no segundo disco, o ideal para Page era sempre melhorar a cada disco, sempre explorar mais tudo, inovar mais, trazer mais, sempre mais, surpreender, mesmo com as musicas que ele pegou aqui ali e fez seus arranjos e as suas homenagens, mas certamente foi o disco dele, aonde ele provou que sim era um grande arranjador e  um ótimo guitarrista.




No disco houve as primeiras composições da dupla que ficaria famosa Page e Plant, Robert Plant participou como compositor para a felicidade de Page, que aguardava muito por isso.

Apesar de que Plant com seu egocentrismo leonino, ainda dava alguns problemas, nas gravações por conta de seus vários ensaios de voz, nada que poderia melhorar no decorrer do tempo.


O engenheiro Krammer teve sua boa participação na elaboração do disco, pois era um disco com ideias e musica feitas em meio as turnês e compromissos da banda, dentro de hotéis, em viagens e corredores, e ainda mais que a tecnologia não era tão avançada como hoje, mas as ideias sim, sorte que a banda tinha já aquela sintonia  e como disse Page;
“- Éramos orgânicos, fazíamos tudo na hora”.

Disse Krammer que alguns solos de guitarra de Page foram gravados em corredores e depois mixados no Studio N&R de New York e em dois dias e ficara bom. Além disso, Krammer ficava em busca de tempo nos Estúdios para banda.

O disco era composto por Folk, country pop ate, mas o blues este bem ali presente, dando vazão aos problemas de direitos autorais em relação a algumas musicas, a famosa “Whole Lotta Love”, que se dizia tirada da música de Muddy Waters (bluzeiro) composta por Willie Dixon a “You Need Love”, diante de uma ação mais tarde os créditos foram dados ao compositor original.

Mas mais um problema essa canção teve, o grupo Small Faces já havia feito um arranjo para a dita “You Need Love” em seu álbum de 1966, assumindo mais tarde ter sido um roubo.


O vocalista sim do Small Faces, Steve Marriott, achava sim que Robert Plant tinha copiado seu estilo de interpretação de “You Need Love” na chamada versão “Whole Lotta Love”, será?

Confira a musica "You Need Love" com Small Faces e faça sua comparação.

 Mudyy Water o original

 Small Faces




Fica a critério de cada um, mas eu como fã acho que Jimmy Page fez uma magnifica homenagem a Muddy Water. O blues fazia parte de muitas bandas da época e com Led Zeppelin  não poderia ser diferente, se observa sempre o blues lá nas canções, principalmente nos primeiros discos.

Muddy Water é uma das suas referencias mais importantes até hoje, é um dos cara do blues.





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